domingo, maio 21, 2006
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Ai como eu gosto de retrucar... Ai que vontade de enviar... XD
Sr Editor da Kamikaze,
Sei que provavelmente estou atendendo à sua enorme necessidade de atenção (por que só com uma imensa carência de atençãa alguém publicaria artigos dessa natureza), mas faz parte de mim essa vontade irresistível de por o meu ponto de vista diante de assuntos com os quiais não concordo.
Veja bem, ao invez de me indignar, um ato louvável e correspodente à sua descrição de "otakas", eu simplesmente parei para refletir sobre a sua pessoa. Penso que você foi um tanto preconceituoso e esteriotipador nas suas escritas, já que, uma pessoa pode ser "otaku" (no sentido da gíria, para se você for um dos defensores de que não há otakus no Brasil e de que eles são pessoas bitoladas, etc e tal), participar de um fansub, ou fazer cosplay sem se encaixar nos seus padrões.
Vou usar minha pessoa como exemplo, já que assim tudo fica na voz ativa e, portanto, sem boatos envolvidos. E se quiser, depois, poderá juntar meu "testemunho" a alguma matéria sua.
Bom, começando com a matéria sobre cosplay. Eu nunca fiaz cosplay. Mas vou fazer, agora no meio do ano. E vou fazer não porque a televisão é minha mãe (!!!) - aliás, eu tenho pais e temo, se um dia tiver filhos, não ser capaz de dar a eles a educação que recebi - ou por que eu desejo fugir da minha vida. Não que ela seja um mar de rosar,mas qual vida é? Conflito com os pais todos nós temos. Estranho seria se não tivéssemos, não? Aliás, não só com os nossos pais, mas com qualquer ser vivo pensante e capaz de construir uma opinião que seja contrária à sua (como ocorre no momento em que vocÊ lê esse texto). Mas conflito não necessariamente quer dizer algo ruim ou algo que exige de nós a alienação. Conflito, na maioria das vezes serve para nos fazer crescer e amadurecer, rever nossos pontos de vista e constantemente mudar nossas opiniões, em eterna formação. Meu interesse no cosplay vai muito além disso. Eu adoro teatro. Acho a interpretação e a capacidade do ser humano de conseguir fingir algo que não é uma coisa curiosa e extraordinária. A partir disso, vejo o cosplay como uma forma de extravasar essa capacidade, conciliando-a com a diversão do hobby. Deixo aqui também escrito que o bullying e a exclusão das pessoas chamadas "normais" nos faz, sim, buscar nossos semelhantes "otakus", como você disse. Mas não para formar um grupo de excluídos e alienados. Mas sim para formar um grupo de semelhantes, antes dispersos. Isso por que é natural de todo ser, racional ou irracional, não querer ser hostilzado no meio em que vive.
Puxando desse assunto para a crítica sobre Naruto, penso que é o mais natural, num mundo capitalista, que a mídia faça produtos (designando a indústria do anime como um produto) com os quais seus consumidores se identifiquem, sendo estes verossimilhantes ou não. Oras, pois quem compraria uma produto que não fosse compatível com suas necessidades e gostos?
Sobre os fansubs. Não nego que sua atividade seja potencialmente ilegal. Porém, você tambem não pode negar que pagar 250 reais por mês por uma tv por assinatura, uma dublagem toscamente feita e uma esteriotipaçaõ do que é um anime bom é um pouco inviável para a maioria do público brasileiro. Também deve concordar que a importação não é uma porta, por que além de encarecer os produtos, sendo estes originais, estariam em japonês, e se o público não tem verba nem para pagar o preço de animes dublados, muito menos teria para um curso de japonês, o que também exigiria o tempo e a pesistência que o aprendizado de uma língua estrangeira requer. Por último, falo que utilizo os serviços de fansubs e, nunca em minha vida paguei por isso. O máxímo que me pedem é que eu fique de seeder para que outras pessoas também possam baixar os referidos arquivos. Se há pessoas ingênuas, que pagam por um serviço que pode ser obtido gratuitmente, quem lucra são os oportunistas, mas não culpe os fansubs por uma responsabilidade que não é deles.
E, a última matéria, de caráter extremamente machista e preconceituoso, falava sobre garotas que gostam de animes. Gostaria de lhe informar você não tem experiência alguma no campo real com mulheres ou garotas. Não é só por que uma garota gosta de anime que ela é gorda, tem "pelancas", estrias e celulite. Sinto lhe informar que 95% das mulheres se encaixam nesse perfil. Inclusive as magras podem ter celulite (devido à genética), estrias (devido ao crescimento) e gordura (simplesmente por que somos mamíferos, e essa classe dos vertebrados armazena gordura subcutânea). Sinto informar também que falar sobre experiências sexuais não se restringe apenas à "otakas", como você as chama, mas sim a muitas mulheres. Assim como a opção de não falar sobre elas. Apresento-lhe a realidade de que garotas não vestem saias curtas ou decotes para se mostrarem mas simplesmente por que isso as faz se sentirem bonitas e atraentes. Quanto ao modo de se vestirem com pulseiras, coturnos ou sapatos boneca,pintarem o cabelo ou usarem tocas e orelhas de gato, é uma questão de estilo. Cada um se veste como se sente melhor, mesmo que isso signifique imitar um grupo com o qual se identifica. Digo também que, não é por que eu gosto de anime que eu nã posso ver programas brasileiros de ótima qualidade (ex:"Café filosófico", "Quem tem medo da música clássica" e "nos incríveis"). E também os de não tão boa qualidade assim (eu particularmente adorava "Chocolate com pimenta"). Restrinjo minha opinião a esse ponto, nessa matéria, pelo fato de não lembrar das três páginas (!!!) de adjetivos que você escreveu sobre as otakus femininas.
Termino meu comentário, com a a opinião de que se você tiver, pelo menos, um mestrado em psicologia ou psiquiatria, aceitarei sua hipóteses sobre a matéria de cosplays, do contrário vocÊ é apenas um leigo falando. Se você se dispuser a achar uma distribuidora brasileira registrada que se disponha a pagar pelos animes e fazer uma legenda decente a preço acessível, me avise, e passarei a respeitar a matéria sobre fansubs. Se você for contra a vigência capitalista, entendo sua posiçao em relação a Naruto, apesar de não concordar. E, finalmente, por favor, aprenda algo sobre mulheres.
Cordialmente, Marília Barbosa.
ps: essa carta tem a mera função de exprimir meus caprichos e gostos de refletir e responder a tudo o que leio, e não de exprimir revolta ou carência de atenção. Só para deixar as coisas claras.
Lia reclamou hoje às 12:27 AM
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